Como se transmite o pneumococo entre crianças, pais e avós?
Oeiras, 21 de julho de 2025
O Streptococcus pneumoniae, mais conhecido por pneumococo, é uma das principais causas de doenças respiratórias. Esta bactéria coloniza o trato respiratório superior e pode permanecer silenciosa durante longos períodos. Por vezes, causa infeções, como otites, pneumonias ou meningites, sobretudo em crianças pequenas, idosos e pessoas com o sistema imunitário comprometido.
O projeto PneumoFAM – Dinâmicas de Transmissão Intergeracional de Streptococcus pneumoniae em Contexto Familiar pretende compreender como estas bactérias se transmitem entre familiares – nomeadamente, entre crianças, pais e avós. Para tal, a colaboração com famílias do concelho de Oeiras e zonas limítrofes é fundamental.
Estamos à procura de famílias disponíveis para participar neste projeto. Em cada família procuramos um mínimo de três participantes (e, no máximo, todos os que se quiserem juntar! 🙂) a saber: uma criança entre os 2 e os 5 anos, um encarregado de educação, um familiar com mais de 60 anos.
E o que vai ser necessário? A recolha quinzenal de amostras de saliva entre outubro de 2025 e março de 2026.
As amostras serão recolhidas pelo próprio ou com supervisão de um adulto (no caso das crianças). A recolha é simples e sem riscos.
Saiba mais sobre o projeto e assinale o seu interesse em colaborar aqui.
Existem vários fatores que influenciam a transmissão do pneumococo, como a idade, o estado do sistema imunitário e os hábitos sociais, entre outros. As crianças com menos de cinco anos são frequentemente portadoras de pneumococos e funcionam como reservatório desta bactéria, desempenhando assim um papel central na sua disseminação. Apesar de este papel estar bem identificado, sabe-se ainda pouco sobre o contributo dos adultos para esta dinâmica.
“Numa sociedade envelhecida, e portanto mais suscetível a infeções respiratórias, é fundamental perceber o papel que diferentes gerações têm nas cadeias de transmissão do pneumococo. Ao acompanhar várias gerações dentro da mesma família, queremos identificar quem transmite a quem o pneumococo, e de que forma alguns vírus respiratórios influenciam este processo”, explica Susana Morais, investigadora no Laboratório de Microbiologia Molecular de Patógeneos Humanos do ITQB NOVA.
Para Raquel Sá-Leão, líder deste laboratório e coordenadora do projeto, “os resultados deste estudo serão importantes para melhorar as estratégias de prevenção da doença pneumocócica, e contribuir para a identificação de medidas de saúde pública com vista à prevenção destas infeções na comunidade”.